• As meninas

    Arabela
    abria a janela.

    Carolina
    erguia a cortina.

    E Maria
    olhava e sorria:
    “Bom dia!”

    Arabela
    foi sempre a mais bela.

    Carolina,
    a mais sábia menina.

    E Maria
    apenas sorria:
    “Bom dia!”

    Pensaremos em cada menina
    que vivia naquela janela;

    uma que se chamava Arabela,
    uma que se chamou Carolina.

    Mas a profunda saudade
    é Maria, Maria, Maria,

    que dizia com voz de amizade:
    “Bom dia!”

    Fonte: Canal Alenilda Carvalho
  • Ou isto ou aquilo

    Ou se tem chuva e não se tem sol
    ou se tem sol e não se tem chuva!

    Ou se calça a luva e não se põe o anel,
    ou se põe o anel e não se calça a luva!

    Quem sobe nos ares não fica no chão,
    quem fica no chão não sobe nos ares.

    É uma grande pena que não se possa
    estar ao mesmo tempo em dois lugares!

    Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
    ou compro o doce e gasto o dinheiro.

    Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo…
    e vivo escolhendo o dia inteiro!

    Não sei se brinco, não sei se estudo,
    se saio correndo ou fico tranqüilo.

    Mas não consegui entender ainda
    qual é melhor: se é isto ou aquilo.

    Fonte: Canal Prô Paty Azevedo
  • Para ir à Lua

    Enquanto não têm foguetes
    para ir à Lua
    os meninos deslizam de patinete
    pelas calçadas da rua.

    Vão cegos de velocidade:
    mesmo que quebrem o nariz,
    que grande felicidade!
    Ser veloz é ser feliz.

    Ah! se pudessem ser anjos
    de longas asas!
    Mas são apenas marmanjos.

    Fonte: Canal Sthefany Araujo Maia
  • O mosquito escreve

    O mosquito pernilongo
    trança as pernas, faz um M,
    depois, treme, treme, treme,
    faz um O bastante oblongo,
    faz um S.
    O mosquito sobe e desce.
    Com artes que ninguém vê,
    faz um Q,
    faz um U, e faz um I.
    Este mosquito
    esquisito
    cruza as patas, faz um T.

    E aí,
    se arredonda e faz outro O,
    mais bonito.

    Oh!
    Já não é analfabeto,
    esse inseto,
    pois sabe escrever seu nome.

    Mas depois vai procurar
    alguém que possa picar,
    pois escrever cansa,
    não é, criança?

    E ele está com muita fome

    Fonte: Canal Jamile Barroso
  • A bailarina

    Esta menina
    tão pequenina
    quer ser bailarina.
    Não conhece nem dó nem ré
    mas sabe ficar na ponta do pé.

    Não conhece nem mi nem fá
    Mas inclina o corpo para cá e para lá

    Não conhece nem lá nem si,
    mas fecha os olhos e sorri.

    Roda, roda, roda, com os bracinhos no ar
    e não fica tonta nem sai do lugar.

    Põe no cabelo uma estrela e um véu
    e diz que caiu do céu.

    Esta menina
    tão pequenina
    quer ser bailarina.

    Mas depois esquece todas as danças,
    e também quer dormir como as outras crianças.

    Fonte: Canal Suerlene Santos
  • Sonhos da menina

    A flor com que a menina sonha
    está no sonho?
    ou na fronha?

    Sonho
    risonho:

    O vento sozinho
    no seu carrinho.

    De que tamanho
    seria o rebanho?

    A vizinha
    apanha
    a sombrinha
    de teia de aranha...

    Na lua há um ninho
    de passarinho.

    A lua com que a menina sonha
    é o linho do sonho
    ou a lua da fronha?

    Fonte: Canal Edvânia Rodrigues
  • O menino azul

    O menino quer um burrinho
    para passear.
    Um burrinho manso,
    que não corra nem pule,
    mas que saiba conversar.

    O menino quer um burrinho
    que saiba dizer
    o nome dos rios,
    das montanhas, das flores,
    — de tudo o que aparecer.

    O menino quer um burrinho
    que saiba inventar histórias bonitas
    com pessoas e bichos
    e com barquinhos no mar.

    E os dois sairão pelo mundo
    que é como um jardim
    apenas mais largo
    e talvez mais comprido
    e que não tenha fim.

    (Quem souber de um burrinho desses,
    pode escrever
    para a Ruas das Casas,
    Número das Portas,
    ao Menino Azul que não sabe ler.)

    Fonte: Canal Mundo Cultura
  • O último andar

    No último andar é mais bonito:
    do último andar se vê o mar.
    É lá que eu quero morar.

    O último andar é muito longe:
    custa-se muito a chegar.
    Mas é lá que eu quero morar.

    Todo o céu fica a noite inteira
    sobre o último andar.
    É lá que eu quero morar.

    Quando faz lua, no terraço
    fica todo o luar.
    É lá que eu quero morar.

    Os passarinhos lá se escondem,
    para ninguém os maltratar:
    no último andar.

    De lá se avista o mundo inteiro:
    tudo parece perto, no ar.
    É lá que eu quero morar:

    no último andar.

    Fonte: Canal Quem lê viaja mais
  • Colar de Carolina

    Com seu colar de coral,
    Carolina
    corre por entre as colunas
    da colina.

    O colar de Carolina
    colore o colo de cal,
    torna corada a menina.

    E o sol, vendo aquela cor
    do colar de Carolina,
    põe coroas de coral

    nas colunas da colina.

    Fonte: Canal Amando para Eternidade
  • O cavalinho branco

    À tarde, o cavalinho branco
    está muito cansado:

    mas há um pedacinho do campo
    onde é sempre feriado.

    O cavalo sacode a crina
    loura e comprida

    e nas verdes ervas atira
    sua branca vida.

    Seu relincho estremece as raízes
    e ele ensina aos ventos

    a alegria de sentir livres
    seus movimentos.

    Trabalhou todo o dia, tanto!
    desde a madrugada!

    Descansa entre as flores, cavalinho branco,
    de crina dourada!

    Fonte: Canal Sirleni Cavalhieri
  • Leilão de jardim

    Quem me compra um jardim com flores?
    Borboletas de muitas cores,
    lavadeiras e passarinhos,
    ovos verdes e azuis nos ninhos?

    Quem me compra este caracol?
    Quem me compra um raio de sol?
    Um lagarto entre o muro e a hera,
    uma estátua da Primavera?

    Quem me compra este formigueiro?
    E este sapo, que é jardineiro?
    E a cigarra e a sua canção?
    E o grilinho dentro do chão?

    (Este é o meu leilão.)

    Fonte: Canal Tia Raquel - Educação com amor
  • O Eco

    O menino pergunta ao eco
    Onde é que ele se esconde.
    Mas o eco só responde: Onde? Onde?

    O menino também lhe pede:
    Eco, vem passear comigo!

    Mas não sabe se o eco é amigo
    ou inimigo.

    Pois só lhe ouve dizer: Migo!

    Fonte: Canal MEL Movimento Escola Literária
  • Na chácara do Chico Bolacha

    Na chácara do Chico Bolacha
    o que se procura
    nunca se acha!

    Quando chove muito,
    O Chico brinca de barco,
    porque a chácra vira charco.

    Quando não chove nada,
    Chico trabalha com a enxada
    e logo se machuca
    e fica de mão inchada.

    Por isso, com o Chico Bolacha,
    o que se procura
    nunca se acha.

    Dizem que a chácara do Chico
    só tem mesmo chuchu
    e um cachorrinho coxo
    que se chama Caxambu.

    Outras coisas, ninguém procura,
    porque não acha.

    Coitado do Chico Bolacha!

    Fonte: Canal do Aprendizado | Professora Cleonice Godinho
  • O lagarto medroso

    O lagarto parece uma folha
    verde e amarela.
    E reside entre as folhas, o tanque
    e a escada de pedra.
    De repente sai da folhagem,
    depressa, depressa
    olha o sol, mira as nuvens e corre
    por cima da pedra.
    Bebe o sol, bebe o dia parado,
    sua forma tão quieta,
    não se sabe se é bicho, se é folha
    caída na pedra.
    Quando alguém se aproxima,

    — oh! Que sombra é aquela? —
    o lagarto logo se esconde
    entre folhas e pedra.

    Mas, no abrigo, levanta a cabeça
    assustada e esperta:
    que gigantes são esses que passam
    pela escada de pedra?
    Assim vive, cheio de medo,
    intimidado e alerta,
    o lagarto (de que todos gostam)
    entre as folhas, o tanque e a pedra.

    Cuidadoso e curioso,
    o lagarto observa.
    E não vê que os gigantes sorriem
    para ele, da pedra.
    Assim vive, cheio de medo,
    intimidado e alerta,
    o lagarto (de que todos gostam)
    entre as folhas, o tanque e a pedra.

    Fonte: Canal EMEI-PLATAFORMA
  • Tanta tinta

    Ah! Menina tonta,
    toda suja de tinta
    mal o sol desponta!

    (Sentou-se na ponte,
    muito desatenta…
    E agora se espanta:
    Quem é que a ponte pinta
    com tanta tinta?…)

    A ponte aponta
    e se desaponta.
    A tontinha tenta
    limpar a tinta,
    ponto por ponto
    e pinta por pinta…
    Ah! A menina tonta!
    Não viu a tinta da ponte!

    Fonte: Canal da Tia Lau
  • Pregão do vendedor de lima

    Lima rima
    pela rama
    lima rima
    pelo aroma.

    O rumo é que leva o remo.
    O remo é que leva a rima.

    O ramo é que leva o aroma
    porém o aroma é da lima.

    É da lima o aroma
    a aromar?

    É da lima-lima
    lima da limeira
    do auro da lima
    o aroma de ouro
    do ar!

  • O vestido de Laura

    O vestido de Laura
    é de três babados,
    todos bordados.

    O primeiro, todinho,
    todinho de flores
    de muitas cores.

    No segundo, apenas
    borboletas voando,
    num fino bando.

    O terceiro, estrelas,
    estrelas de renda
    – talvez de lenda…

    O vestido de Laura
    vamos ver agora,
    sem mais demora!

    Que as estrelas passam,
    borboletas, flores
    perdem suas cores.
    Se não formos depressa,
    acabou-se o vestido
    todo bordado e florido!

    Fonte: Canal Professora Monize
  • Canção da flor da pimenta

    A flor da pimenta é uma pequena estrela,
    fina e branca,
    a flor da pimenta.

    Frutinhas de fogo vêm depois da festa
    das estrelas.
    Frutinhas de fogo.

    Uns coraçõezinhos roxas, áureos, rubras,
    muito ardentes.
    Uns coraçõezinhos.

    E as pequenas flores tão sem firmamento
    jazem longe.
    As pequenas flores…

    Mudaram-se em farpas, sementes de fogo
    tão pungentes!
    Mudaram-se em farpas.

    Novas se abrirão,
    leves,
    brancas,
    puras,
    deste fogo,
    muitas estrelinhas…

    Fonte: Canal Marina Venancio
  • A avó do menino

    A avó
    vive só.
    Na casa da avó
    o galo liró
    faz "cocorocó!"
    A avó bate pão-de-ló
    E anda um vento-t-o-tó
    Na cortina de filó.
    A avó
    vive só.
    Mas se o neto meninó
    Mas se o neto Ricardó
    Mas se o neto travessó
    Vai à casa da avó,
    Os dois jogam dominó.

    Fonte: Canal Eureka Mídia
  • A Língua de Nhem

    Havia uma velhinha
    que andava aborrecida
    pois dava a sua vida
    para falar com alguém.

    E estava sempre em casa
    a boa velhinha
    resmungando sozinha:
    nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

    O gato que dormia
    no canto da cozinha
    escutando a velhinha,
    principiou também

    a miar nessa língua
    e se ela resmungava,
    o gatinho a acompanhava:
    nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

    Depois veio o cachorro
    da casa da vizinha,
    pato, cabra e galinha
    de cá, de lá, de além,

    e todos aprenderam
    a falar noite e dia
    naquela melodia
    nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

    De modo que a velhinha
    que muito padecia
    por não ter companhia
    nem falar com ninguém,

    ficou toda contente,
    pois mal a boca abria
    tudo lhe respondia:
    nhem-nhem-nhem-nhem-nhem-nhem...

    Fonte: Canal TV Pegadas